RA

No início, antes que o tempo tivesse nome e o espaço ainda fosse um abismo de nada, Rá foi concebido no silêncio da inexistência. Seu nascimento foi o segundo ato de criação dos deuses primordiais, um evento marcado pelo surgimento da luz do vazio enquanto Ethernun, cansado do vazio sem fim, soprava o infinito espacial à existência. Rá seria um testemunho desse espaço infinito, um farol cujo brilho atravessaria a noite eterna.

Concedido o Sol por Chronun, Rá tornou-se um soberano das esferas celestiais, uma sentinela silenciosa cujo olhar se estendia pela vasta extensão da criação. Sua presença era enigmática, suas ações inescrutáveis, incorporando a própria essência dos céus ilimitados que ele estava destinado a supervisionar.Com o advento do Ego, uma transformação sutil, porém profunda, ocorreu a Rá. Enquanto o temperamento de Zeus se alastrou como as tempestades que ele comandou, a natureza de Rá permaneceu praticamente inalterada. Ele era o estrategista silencioso, a mente brilhante cujos pensamentos eram tão insondáveis ​​quanto o lado escuro do Sol que ele exercia. No entanto, dentro dele despertou uma curiosidade, uma necessidade de observar, compreender e aproveitar as verdades mais profundas do universo. 

Entre as divindades soberanas, os filhos de Rá nasceram de sua união com Hathor, ela própria uma criação de sua própria essência solar. Juntos, eles deram origem a divindades de poder eminente – Osíris, Anúbis e Hórus – cada uma delas um pilar no panteão dos deuses egípcios. Essas proles herdaram aspectos da profunda sabedoria e domínio de Rá sobre a vida, a morte e o vigor do próprio Sol. Quando os deuses soberanos assumiram o dever de povoar o cosmos, foram os descendentes de Rá que dominaram o equilíbrio entre a vida e a vida após a morte. Eles presidiam a balança da justiça, o ciclo do dia e da noite, o domínio do céu. O legado de Rá foi de ordem, sabedoria e iluminação que o Sol traz às sombras. 

A grande odisséia para desvendar os segredos dos primordiais viu Rá em um papel contemplativo, seu intelecto como uma luz guia no caminho para Eldran. E quando o conflito ameaçou desvendar a própria estrutura da realidade, a sabedoria de Rá foi uma força estabilizadora. Sua busca não era apenas pelo poder, mas pela compreensão, pelo conhecimento que brilhava tanto quanto a estrela que ele controlava.

Em Eldran, Rá era um estudioso entre os guerreiros, sua busca por compreensão permaneceu inalterada mesmo durante a guerra. Foi a sua visão, combinada com o poder dos seus semelhantes, que finalmente conduziu o panteão para uma paz tênue, garantindo que o poder que sustentava o universo não seria a sua ruína. Assim, Rá perdura, um deus não de palavras, mas de luz e vida, uma força enigmática, mas vital no cosmos. Sua história é de observação perpétua e de busca incessante pelo conhecimento que está oculto na vastidão do espaço e do tempo.

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